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Arquitecturas Excavadas
Mario Algarín Comino
“A escavação é uma forma de construção diferente que dá origem a espaços de uma liberdade total. Pensemos em modelar sem inconvenientes o volume que desejamos para um edifício a partir de uma massa resistente e contínua.
Se existe um espaço absoluto, este seguramente que parte desta “outra” forma de arquitectura possuidora de um potencial de criação que o homem poucas vezes ousou utilizar.
Esta investigação tenta descobrir quais são as suas características para que nos ajudem iluminar obras conhecidas que nos surgem herméticas ou simplesmente causam-nos estranheza, obras cuja idealização desde a construção tectónica ou aditiva nos parece difícil.
Aborda dez conhecidas obras de arquitectura de todos os tempos, desde a ermita de San Baudelio ao museu para a Fundação Guggenheim, cujo estudo revela diferentes estratégias no projecto arquitectónico: o “hallazgo” súbito, a transposição directa, o método progressivo pausado e seguro, a identificação iconológica, a materialização do capricho ou obsessão, a luta com as condições externas à ideia ou a utilização das mais recentes tecnologias.”
(Tradução livre do posfácio)
Parece um tema interessante e curioso. É que no 1º ano do curso, na disciplina de projecto II, desenvolvi uma casa subterrânea. Será que existe uma edição em português? posso encontrar em qualquer livraria?bj Simone
Estimada Simone RochaÉ sem dúvida um tema muito interessante. Refiro que o curso em Santander, no qual participei, chamado “Arquitectura Sustractiva”, teve como base este mesmo tema, sendo que o livro terá sido um dos motivos do interesse despertado pelo tema. O autor Mario Algarín Comino também aí proferiu uma conferência. O livro foi-me oferecido pelo autor, consubstancia a sua tese de doutoramento e é de facto muito bom. Penso que não há edição portuguesa. Caso esteja interessada, talvez lhe consiga arranjar uma edição espanhola através do próprio autor… Também adianto, em primeira mão, que convidei Mario Comino para uma palestra na UFP, ao qual acedeu prontamente. A ver vamos se se concretiza.Cumprimentos, boas férias e… boas leituras.
Eu estou aguardando uma encomenda que fiz do livro. E uma palestra com Mario Comino seria muito interessante na UFP! Entretanto, pesquisei alguns temas sobre a arquitectura subterrânea e, pensava eu que as casas enterradas só existiam no Médio Oriente (Irão, Tunísia…), afinal, também descobri habitações escavadas em Espanha e França. O interessante é o conforto térmico que se consegue. Há muita gente que pensa que a sustentabilidade nas habitações é um assunto actual (da moda), mas a verdade é que os nossos antepassados já pensavam nisso. E quando digo antepassado, é mesmo à muito tempo!… :)
Olá SimoneBem-vinda novamente ao “arquitectura”…Em Espanha há muitos exemplos de arquitectura escavada ou subterrânea (o termo próprio é mesmo troglodita), sobretudo na Serra Nevada, perto de Granada.No deserto do Sahara, na Argélia, também há bons exemplos, mas os mais impressionantes talvez sejam os da Capadócia, na Turquia.Penso que o arquitecto Mario Comino nos deverá brindar com uma conferência na UFP, ainda este ano. A ver vamos…Quanto à questão da sustentabilidade, é um facto, o que refere. Mas não é só este tipo de arquitectura. De uma forma geral a arquitectura tradicional é “amiga do ambiente” e penso que deveríamos reflectir seriamente em utilizar mais os materiais e as técnicas tradicionais.Obrigado pela participação.Volte sempre. Até breve.