Habitar Portugal 2009/2011 | Proposta para um novo mapa do Habitar
A presente edição Habitar Portugal 09_11, iniciativa do Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos, pretende divulgar uma selecção de obras construídas por arquitectos portugueses, entre 2009 e 2011, em território nacional ou estrangeiro.
Entende-se que, actualmente, muito para além das delimitações regionais, a obra de arquitectura encontra outras formas de se referenciar, nas múltiplas relações que estabelece com o território, mas também com outras obras, sejam estas próximas ou distantes, procurando os seus meios de fundação, de materialidade, auto-referenciação e criação de uma linguagem própria.
Embora seja complexo categorizar um conjunto consistente de elementos e referências que condicionam e enformam a obra de arquitectura na sua heterogeneidade, procura-se, nesta edição Habitar Portugal, mapear as múltiplas expressões que a obra cria na sua relação com o território, com outras obras e com o habitar.
Identificam-se ligações, linhas imaginariamente impressas no território, que unem obras díspares entre si, pontos singulares (pontos costeiros, rurais, interiores, montanhosos, internacionais) mas que, na relação que estabelecem entre si ou com a paisagem, criam importantes ressonâncias.
Procura-se, por exemplo, compreender, como é que uma obra de arquitectura da planície alentejana, pode estabelecer um diálogo com uma outra da aridez transmontana, ambas vincadas pela sua condição de interioridade.
E descobrir que lugares são estes, que estas obras constroem e que remetem para outras obras, que criam uma paisagem que recolhe traços de outras paisagens, sendo possível desenhar uma linha contínua e comum, que passa, no entanto, por paisagens muito distintas e por obras que mantêm, acima de tudo, a sua singularidade.Essas linhas constituem narrativas que atravessam diferentes momentos, construindo afinidades, mas também disparidades, permitindo pensar todas estas transições, não só entre realidades naturais e artificiais, mas, também, sociais, económicas e políticas, definindo um novo mapa, que já não é circunscrito ao território nacional, mas que se estende e atravessa muitos lugares, continuando a ser expressão de uma arquitectura portuguesa.
Como resultado, espera-se uma nova geografia, gerada pelos novos pontos e linhas que induzem itinerários através da arquitectura portuguesa, pelos lugares que cada obra constrói, transforma e qualifica.
Comissariado:Susana Ventura, Maria Rita Pais, Rita Dourado
Regulamento para submissão de trabalhos
Mais informações em: http://www.habitarportugal.org/