A Eco-Arquitectura segundo o Arquitecto Luís Pinto de Faria

Artigo publicado na revista Arq./a

“Apesar de detectarmos no Renascimento o início da chamada «revolução científica», apenas nos séculos XVIII e XIX, após um longo período de lenta fermentação tecnológica, de acumulação de saberes e de experiências, foram reunidas as condições sociais, económicas e culturais necessárias ao espoletar de uma verdadeira rotura paradigmática, na qual a revolução industrial foi apenas um dos sintomas.

Fosse dirigida ao progresso e à produtividade, fosse numa linha de continuidade concentrada em objectivos humanistas, foi neste contexto que a então recente disciplina do Urbanismo, imbuída já no espírito da ciência moderna, procurou equacionar o rápido crescimento dos grandes centros urbanos, a reestruturação dos sistemas produtivos, o aperfeiçoamento dos meios de comunicação, bem como os novos modelos económicos associados à recente industrialização, enquanto factores determinantes à emergência de um novo modo de pensar e fazer cidade.

Suportados na lógica mecanicista e no pensamento linear matemático da cultura analítica pós-industrial, a arquitectura e o urbanismo empenharam-se desde então na apresentação de novos modelos de acção sobre o território que, estruturados numa perspectiva reducionista da realidade, constituíram o arquétipo racionalista do grosso da produção urbana do século XX.

Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, o desapontamento generalizado com a máquina, com a tecnologia ou com o saber doutrinário, desencadeou um clima cultural no qual se reordenaram pontos de vista éticos e estéticos, aliados a uma nova concepção do indivíduo e da sociedade. Como refere Ignasi de Solà-Morales, os novos termos da linguagem do Existencialismo, como «humanismo», «emoção», «crescimento espiritual», «autêntico» e «válido», aparecem então na cena da arquitectura e do urbanismo, acrescentando ao debate modernista novos níveis de complexidade relacional que não mais pararam de se intensificar. (…)”

Professor Doutor Luís Pinto de Faria

(O artigo completo pode ser lido na última edição da revista Arq/a.)

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